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sábado, 23 de março de 2013
MÁXIMAS por La Rochefoucauld
MÁXIMAS por La Rochefoucauld
Biografia - O duque Francisco de La Rochefoucauld, príncipe de Marcillac, escritor francês, nasceu em Paris a 15 de Setembro de 1613. Aos 16 anos assentou praça no exército e durante algum tempo ajudou na côrte Ana de Áustria nas suas intrigas contra Richelieu. Despeitado por não ter tido promoção alguma tomou parte na Fronda, e bateu-se no cerco de Paris e na batalha do Faubourg Saint Antoine (1652), sendo gravemente ferido na cabeça. Em consequência da sua participação na Fronda foi banido para os seus estados em Verteuil e só em 1659 lhe permitiram voltar à corte. Morreu em Paris a 17 de Março de 1680. Deve a sua celebridade literária às suas "Reflexões ou Sentenças e Máximas" e às suas "Memórias da Regência de Ana de Áustria (publicados clandestinamente em 1662), em que faz uma narrativa simples, mas magistral, dos acontecimentos políticos do seu tempo.
Nicéas Romeo Zanchett
SUAS MÁXIMAS:
- O desejo de parecer hábeis muitas vezes nos impedem de o ser.
- Pessoas há tão conscientes da sua fraqueza que fazem da fraqueza fôrça.
- Poucas pessoas têm consciência de todo o mal que fazem.
- Muito teríamos que nos envergonhar das nossas melhores ações, se se soubessem os motivos que tivemos para praticá-las.
- Tão difícil é quase pôr em prática bons conselhos como proceder sem eles.
- As qualidades que temos não nos tornam nunca tão ridículos como os que imaginamos ter.
- Diga-se o que se disser, o interesse e a vaidade são a causa habitual das nossas aflições.
- Há na aflição várias espécies de hipocrisia; choramos para passar por sensíveis, choramos para que se tenha dó de nós, choramos para que chorem, choramos até para evitar o escândalo de não chorar.
- Entramos sempre noviços nas diferentes idades da vida, e sem experiência, embora tenhamos tido muitos anos para adquiri-la.
- A idade não dá necessariamente experiência, nem a dão mesmo os preceitos, nem a dá nada senão a prática e conhecimento das coisas. Por isso muitas vezes vemos aqueles que não tiveram ocasião de dar curso às suas paixões juvenis na mocidade, entregar-se a elas desenfreadamente em anos já serodios com todos os sintomas com todos os sintomas da mocidade menos a capacidade.
- Tão leviana é a maneira porque se julgam as coisas que as ações e palavras banais ditas e feitas de certa maneira, com certo conhecimento do que vai pelo mundo, granjeiam muitas vezes êxito muito maior que grandes capacidades.
- Facilmente esquecemos os crimes que somos os únicos a conhecer.
- Por mais que desconfiemos da sinceridade dos outros, acreditamos sempre que essas pessoas serão mais sinceras conosco que com os outros.
- Poucas coisas há de si mesmas irrealizáveis; se os homens não as alcançam é mais por falta de aplicação que de meios.
- Em todas as profissões, cada qual trata de parecer o que quisera que o julgassem; por isso se pode dizer que o mundo não é feito senão de aparências.
- A astúcia e a traição procedem da falta de capacidade.
- Se nos esforçamos tanto por ser o que deveríamos ser como nos afoitamos por disfarçar o que somos, bem poderíamos deixar-nos ser tal como somos e poupar-nos o trabalho de qualquer disfarce.
- Quando os grandes homens se deixam abater pelo infortúnio, descobrem que os sustentava a fôrça da sua ambição e não a da sua inteligência. Descobrem também que dado o desconto de um pouco de vaidade os heróis são exatamente como os outros homens.
- Todos gostam de retribuir os pequenos favores, alguns chegam a reconhecer os moderados, mas é raro encontrar alguém que não retribua os grandes com ingratidão.
- Os homens muitas vezes imaginam que dirigem quando são dirigidos, e quando o nosso espírito deseja uma coisa o coração insensivelmente gravita para outra.
- No amor há duas espécies de constância: uma vem de encontrarmos constantemente no objeto do nosso amor novas razões para amá-lo, a outra de timbrarmos em ser constantes.
- Nos infortúnios tomamos muitas vezes o abatimento por constância; sofremo-los sem nos atrevermos a encará-los, como os covardes se deixam matar sem resistência.
- Ninguém receia tanto o desprezo do próximo como os que costumam desprezar os outros.
- Receamos sempre aparecer diante da pessoa que amamos depois de ter estado a galantear outra.
- É tão fácil enganar-nos a nós mesmos sem darmos por isso, quanto é difícil enganar os outros sem que eles o percebam.
- Em amor o engano excede quase sempre a desconfiança.
- Muitas vezes sofremos menos sendo enganados que não o sendo por aqueles a quem amamos.
- Gostamos sempre muito mais dos que procuram imitar-nos que dos que procuram igualar-nos. A imitação é uma prova de estima, a competição de inveja.
- O ciume é de alguma maneira racional e justo - tem em vista preservar um bem que nos pertence ou que pelo menos nós julgamos que nos pertence, ao passo que a inveja é um frenesi que não nos deixa suportar o bem que os outros possuem.
- Se conhecêssemos perfeitamente todas as coisas, nenhuma desejaríamos ardentemente.
- Preferimos ver a quem fazemos benefícios a ver aqueles de quem os recebemos.
- Tanto nos acostumamos a disfarçar-nos para os outros que afinal não nos podemos reconhecer a nós mesmos.
- Os que se aplicam muito a coisas pequenas geralmente tornam-se inaptos para as grandes.
- Quem não está satisfeito consigo mesmo em em vão procura a satisfação fora de si.
- É mais fácil parecer apto para os empregos que não ocupamos que para os que ocupamos.
- vangloriamo-nos muitas vezes das mais criminosas paixões; mas a inveja é tão vergonhosa que nunca ousamos vangloriarmos dela.
- Antes de cobiçar alguma coisa é bom indagar se quem a possui é feliz.
- A inveja desaparece pela verdadeira amizade e o galanteio pelo verdadeiro amor.
- A nossa inveja sobrevive à felicidade daquele que a provocou.
- Não ousamos dizem em público que não temos defeitos e que os nossos inimigos não tem nenhuma qualidade boa, mas em particular é essa a nossa opinião.
- Vangloriamo-nos dos defeitos exatamente opostos aos que nós realmente temos; assim é que os irresolutos se orgulham de que os tomem por obstinados.
- Não há nada mais contagioso que o exemplo: nunca um grande bem ou um grande mal deixa de provocar outro igual. Imitamos as boas ações por emulação e as más por certa malignidade da nossa natureza, que a vergonha fazia esconder e o exemplo liberta.
- Os nossos defeitos tornam-nos muitas vezes mais agradáveis que as nossas qualidades.
- Os maiores defeitos são os dos grandes homens.
- Facilmente desculpamos os defeitos dos nossos amigos quando eles nos não afetam.
- Poucos covardes conhecem a grandeza de seus pavores.
- Pouco prazer nos estaria reservado se tivéssemos que não nos lisonjearmos nunca.
- Quem viveu sem fazer loucura alguma não é tão sensato quanto imagina.
- Quanto mais velhos mais insensatos e mais cordatos a um tempo nos vamos tornando.
- Quaisquer que sejam as diferenças que a sorte reserve aos homens há sempre uma compensação entre o bem e o mal que faz todos iguais.
- A sorte indeniza-nos de muitos erros de que a razão não conseguiria indenizar-nos.
- A fortuna é sempre cega para aqueles a quem não concede os seus favores.
- Deveríamos tratar a sorte como a saúde, gosá-la quando boa, ter paciência quando má, e não aplicar-lhe nunca remédios violentos senão em caso de necessidade.
- A razão que nos faz ser tão volúveis nas nossas amizades é ser difícil conhecer as qualidades do coração e fácil as do cérebro.
- É um erro imaginar que só as paixões violentas como a ambição e o amor podem triunfar das outras. A preguiça, lânguida como é, muitas vezes as domina todas. É na realidade ela que dirige todas as nossas ações e desígnios e insensivelmente destrói a um tempo as paixões e as virtudes.
- É mais desonroso desconfiar de um amigo do que ser enganado por ele.
- Um tolo não tem inteligência bastante para ser bom.
- A graça é para o corpo o que o bom senso é para o espírito.
- A causa de frequentes desapontamentos na expectativa de gratidão reside em que o orgulho de quem dá e o de quem recebe nunca concordam no valor da obrigação.
- Quando o nosso ódio é violento coloca-nos abaixo daqueles que odiamos.
- Todos falam com elogio do coração, mas ninguém ousa falar assim do seu espírito.
- A razão é sempre lograda pelo coração.
- A razão não pode substituir muito tempo o coração.
- A fantasia é que dá valor aos presentes da fortuna.
- A hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude.
- A preguiça, a timidez e a vergonha muitas vezes nos mantém nos limites do dever, ao passo que a virtude parece fugir com honra.
- O ciúme é o maior dos males e o que menos piedade causa àqueles que o ocasionam.
- O que nos predispõe para acreditar no mal sem examinar o seu fundamento é o orgulho e a preguiça. Estamos sempre prontos para julgar os outros culpados, mas não queremos dar-nos ao trabalho de examinar o fundamento da acusação.
- Prometemos segundo as nossas esperanças e cumprimos segundo os nossos receios.
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Pesquisa e postagem: Nicéas Romeo Zanchett
http://gotasdeculturauniveral.blogspot.com.br
sexta-feira, 22 de março de 2013
MÁXIMAS - por Sir Artur Helps
MÁXIMAS - por Sir Artur Helps
Biografia - Sir Artur Helps, literato inglês, nasceu em Sreatham, a 10 de julho de 1813. Tomou grau em Cambridge, no Trinity College. Foi secretário particular do ministro da fazenda e do secretário da Irlanda; mais tarde foi empregado do Conselho Privado. Publicou: "Thoughts in the Cloister and the Crowd" (Pensamentos no Clautro e na Multidão), 1835; "Friends in Council" (Amigos em Conselho), 1847-1859; "The Claims of Labour" (Revindicações do Trabalho) , 1844; "The Conquerors of the New Word and their Bondsmen" (Os Conquistadores do Novo Mundo e seus Fiadores), 1855-1861; biografias de Las Casas, Colombo, Pizarro e Cortez; "Thoughts upon Government"(Pensamentos sobre o govêrno), 1872; "Realmah" 1869; " Talks about Animais and their Masters" (Conversas sobre Animais e seus Donos), 1873; "Social Pressure" (Pressão Social), 1875. Morreu em 7 de Março de 1875.
Suas máximas:
- Para grande parte da gente, é maior o passo do sublime ao ridículo, do que aquele que vai do confuso ao sublime, por falta dum conveniente ponto de comparação. Parecem-nos sempre as nuvens muito mais altas do que na verdade são, até ao momento em que as vemos repousar nos ombros das serras.
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- É difícil calcular-se o grau de estima que um homem tem pela intelectualidade de outro, só ao vê-los juntos. Quanta vêz não se escolhem as mais poderosas inteligências ou os mais finos espíritos, com aparente deferência, perante a vivacidade e energia da mera esperteza; assim Fausto, levado por um estrondoso sofisma, exclama: "Aquele que resolveu ter razão, e não tem senão a língua, há de fatalmente ter razão".
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- Os outros logo descobrem os pontos do nosso caráter que lhes dizem respeito; aqueles que diretamente nos interessam, esses deixam-no-los eles descobrir.
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- Não há razão alguma para vermos com persistente desagrado quem já tenha tido uma medíocre opínião do nosso valor; com efeito, nunca estamos tão seguros de inspirar uma estima duradoura, como quando alguém que nos julgára levianamente, reconhece emfim o seu erro, - se é que erro havia.
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- Amigo é aquele que se não ri, vendo-nos numa situação ridícula. Há quem contradiga esta afirmação, alegando que um homem que tenha a noção do ridículo, não pode deixar de achar graça, embora o seu amigo seja o objeto do ridículo. Não; - só é nosso amigo aquele que nos mostra simpatia e se não junta à multidão.
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